Fernanda Pinto Fernandes

23 de nov de 20222 min

Parlamento Europeu declara Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo

Na sequência dos atos de violência cometidos pelo regime de Vladimir Putin contra civis ucranianos, os eurodeputados reconhecem a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo.

O Parlamento Europeu aprovou, esta quarta-feira, uma resolução sobre os últimos desenvolvimentos na brutal guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Os eurodeputados salientam que os ataques deliberados e as atrocidades cometidos pelas forças russas e seus aliados contra civis na Ucrânia, a destruição de infraestruturas civis e outras violações graves do direito internacional e humanitário equivalem a atos de terror e constituem crimes de guerra.

Como consequência, os eurodeputados reconhecem a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo e como um Estado que "utiliza métodos de terrorismo".

QUADRO JURÍDICO DA UE REVELA-SE NECESSÁRIO

Uma vez que a UE não pode atualmente designar oficialmente Estados como patrocinadores do terrorismo, o Parlamento apela à UE e aos seus Estados-Membros para que "criem o quadro jurídico adequado e considerem a possibilidade de acrescentar a Rússia a essa lista". Isto desencadearia uma série de medidas restritivas significativas contra Moscovo e teria "profundas implicações restritivas para as relações da UE com a Rússia.", refere o Parlamento Europeu em comunicado.

Entretanto, os deputados europeus apelam ao Conselho para que inclua a organização paramilitar russa "Grupo Wagner", o 141.º Regimento Especial Motorizado, também conhecido como "Kadyrovites" e outros grupos armados, milícias e forças financiadas pela Rússia, na lista de terroristas da UE.

RÚSSIA MAIS ISOLADA E COMPLETAR O TRABALHO SOBRE O NONO PACOTE DE SANÇÕES DA UE

O Parlamento apela à União Europeia para que "isole ainda mais a Rússia internacionalmente", incluindo quando se trata da adesão da Rússia a organizações e organismos internacionais, tais como o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os eurodeputados também querem que "os laços diplomáticos com a Rússia sejam reduzidos e que os contactos da UE com representantes oficiais russos sejam mantidos ao mínimo absoluto.", acrescentam. O Parlamento apela aos países da UE que fechem e proíbam as instituições ligadas ao Estado russo, como “associações da diáspora russa”, que funcionam como promotoras e difusoras da propaganda para todo o mundo.

A resolução apela ainda aos Estados-membros da UE para que concluam rapidamente o seu trabalho no Conselho sobre um "nono pacote de sanções contra Moscovo."

Os eurodeputados também querem que "os países da UE previnam, investiguem e julgarem ativamente qualquer evasão às sanções em vigor" e, em conjunto com a Comissão Europeia, considerem possíveis medidas contra países que tentem ajudar a Rússia a contornar as medidas restritivas já em vigor.

A resolução foi aprovada por 494 votos a favor, 58 contra e 44 abstenções.

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