A 18ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima foi inaugurada esta quinta-feira, 25 de maio, Dia Nacional dos Jardins, e contou com a presença de Dom Duarte de Bragança, verdadeiro entusiasta dos jardins e do ambiente. Intitulada “Jardins Saudáveis”, esta edição conta com 11 novas propostas de jardins, de autores provenientes de diversos países, assim como o jardim mais votado pelo público na edição anterior, “Jardim da Reflexão”.
Ultrapassado o período da pandemia, urge refletir sobre a importância dos espaços ao ar livre, promotores da saúde, do desporto e do lazer, sem descurar uma alimentação saudável, em harmonia com a natureza. Assim, surgiu o tema da edição deste ano do Festival Internacional de Jardins (FIJ) de Ponte de Lima - “Jardins Saudáveis”.
Composto por 11 propostas de países como Portugal, Polónia, Áustria, Alemanha, Espanha, Brasil, China (Macau), Argentina, França, República Checa e Suécia, esta mostra de criatividade traduzida em jardins efémeros abrange diferentes aspetos, desde jardins de produção, pequenas hortas, espaços de contemplação e cultivo de plantas medicinais.
Na inauguração desta “festa dos jardins”, o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, Vasco Ferraz, fez questão de fazer referência a Daniel Campelo, antigo Presidente da Câmara de Ponte de Lima, que deu início à criação deste festival na época do seu mandato. Vasco Ferraz disse que “tem sido feito, ao longo dos anos, um conjunto de alterações e melhorias” como a inclusão das escolas neste projeto, permitindo aos jovens “começarem desde cedo, pois temos a consciência de que é, efetivamente, nas idades mais tenras que nós conseguimos dar um melhor conhecimento àquilo que será a nossa sociedade civil no futuro e, fazê-lo através das escolas, é sempre o melhor caminho para termos um futuro melhor em termos ambientais”, sustentou.
De ano para ano, o FIJ recebe cada vez mais candidaturas de participantes de vários pontos do globo, sinal que “é uma certeza de que isto tem tido uma qualidade com melhorias efetivas todos os anos”, garantiu o autarca. O Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima foi premiado como Garden Tourism Awards, no “North American Garden Tourism Conference”, em 2013 no Canadá, e distinguido pela “Europe for Festivals, Festivals for Europe” – EFFE Label 2017-2018. “É um exemplo em Portugal, mas também na Europa”, considera Vasco Ferraz, e o facto de ser internacional “cresce mais e traz um bocadinho de Ponte de Lima para fora do nosso território, e é também uma forma de nós comunicarmos aquilo que temos dentro de portas”, concluiu.
O diretor do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, Francisco de Calheiros, considerou que esta edição “é muito pertinente, interessante e participada”, com muitos países estrangeiros presentes, e concordou com o Presidente da Câmara quanto à qualidade que, “de ano para ano melhora”. O diretor afirmou que este festival “é um ex-libris de Ponte de Lima” e, a par com o Caminho de Santiago, que passa por esta vila, “é uma atração”, por isso, espera que esta edição “seja um sucesso” e venha, até, a ultrapassar a melhor fasquia em termos de número de visitantes, que em período de pré-pandemia (2019), rondava os cem mil.
Dom Duarte de Bragança, convidado de honra para a inauguração da 18ª edição do Festival Internacional de Jardins, afirmou que os jardins “ajudam psicologicamente as pessoas a tomarem um sentido mais responsável perante a natureza e criando um amor às flores, às plantas…”, tendo deixado também alguns alertas: “Começamos a perceber que, se desumanizarmos as nossas vilas, as nossas aldeias e cidades só com construções, tornam-se inviáveis e muito desagradáveis”. Defendeu ainda que todas as sebes e jardins deviam estar por todo o lado, e não concentradas apenas num só lugar. Dom Duarte considerou que “as populações, em geral, cuidam bem dos jardins públicos; respeitam” e confessou que, “desde criança sentia esse respeito, sobretudo aqui em Portugal, em relação aos jardins”.
A 8.ª edição do Jardim Escolinhas conta com 11 jardins dos quatro agrupamentos de escolas do concelho (CE de Freixo, CE de Gandra, CE da Facha, JI de Cepões, EB 2,3 António Feijó e EB1 de Ponte de Lima), e com o jardim mais votado do ano passado, “Que pegada queres deixar no Mundo?", da autoria da turma P3B da Escola Básica de Ponte de Lima.
A Peneda Gerês TV falou ainda com alguns alunos e com Odete Rodrigues, professora titular do 4.º ano do Centro Educativo da Facha, que apresentam o jardim “O Nosso Corpo é o Nosso Jardim”, resultado de “um brainstorming com os meninos”, conta a professora, mas que teve também a dedicação “incansável” dos pais e encarregados de educação, que executaram a maquete do projeto.
Odete Rodrigues explica que começaram por fazer uma pesquisa sobre jardins saudáveis: “Surgiram várias ideias, os alunos foram ao dicionário procurar a palavra “jardim”, a palavra “saudáveis” e, em Estudo do Meio estávamos a trabalhar os órgãos vitais do corpo humano, e alguém teve a ideia genial de dizer: “Professora, por que não “o nosso corpo é um jardim?”, e assim surgiu o título do projeto da turma, cujo jardim procura associar ao tema “Jardins Saudáveis”, os sistemas do corpo humano, representando no seu jardim, os órgão vitais (cérebro, coração, estômago, rins, pulmões, músculos) e o que cada um precisa para ser saudável.
“Se nós tivermos alimentação saudável também iremos ter saúde, e o nosso corpo representa exatamente a mesma coisa que um jardim”, explicavam em uníssono, professora e alunos. Sendo a primeira vez que esta turma participou no Jardim Escolinhas, os alunos disseram que “foi uma experiência nova e única”, e deixaram uma mensagem: “Cuidem do vosso corpo; o vosso corpo é um jardim!”.
