Aluna da Universidade do Minho com a melhor tese nacional em energias renováveis | Peneda Gerês TV

10 de maio, 2025.

Uma investigação inovadora desenvolvida na Universidade do Minho (UMinho) valeu a Maria Inês Monteiro o Prémio APREN para a melhor dissertação de mestrado do país na área das energias renováveis. O seu trabalho propõe uma solução engenhosa para aumentar a segurança e sustentabilidade das baterias de lítio.

Inês Monteiro, estudante da Escola de Ciências da Universidade do Minho

Inês Monteiro, estudante da Escola de Ciências da Universidade do Minho, foi a grande vencedora da 10ª edição do prestigiado Prémio APREN, atribuído pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis. A distinção reconhece a excelência da sua dissertação de mestrado, considerada a melhor a nível nacional na sua área no último ano.

O estudo premiado de Maria Inês Monteiro debruçou-se sobre uma questão crucial para o avanço das energias renováveis: a segurança das baterias de lítio. A tecnologia inovadora que desenvolveu consiste na incorporação de minúsculas esferas nas baterias. Em caso de sobreaquecimento, estas esferas expandem-se a partir de uma temperatura crítica (90 ºC), provocando o desligamento da bateria e prevenindo riscos de incêndio ou explosão.

A sua implementação abre portas para o fabrico de baterias mais seguras

Esta "proteção térmica" apresenta-se como uma solução barata e de fácil aplicação, tendo demonstrado resultados promissores em testes laboratoriais, mesmo utilizando pequenas quantidades das esferas. A sua implementação abre portas para o fabrico de baterias mais seguras, com impacto potencial em diversos equipamentos, desde telemóveis e computadores até carros elétricos.

Maria Inês Monteiro

Maria Inês Monteiro expressou a sua satisfação com o prémio de 4000 euros, recebido numa cerimónia em Lisboa: "Candidatei-me a esta edição após ver a informação nas plataformas digitais e ter chegado à fase final já foi um enorme reconhecimento, por isso quando me distinguiram com o 1º lugar senti-me muito grata e motivada a continuar a fazer o que gosto, contribuindo para a valorização da inovação e da investigação". A investigadora sublinhou que o seu estudo "integra soluções de auto-monitorização e resposta ativa a fugas térmicas, um dos principais fatores de risco associados às baterias, contribuindo assim para reforçar a segurança e a sustentabilidade no setor energético".

A tese, intitulada “Novos elétrodos para baterias de ião de lítio com propriedades de thermal shutdown”, foi realizada no âmbito do mestrado em Técnicas de Caracterização e Análise Química da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), sob a orientação de Renato Gonçalves e Carlos Costa. Atualmente, Maria Inês Monteiro é doutoranda em Engenharia de Materiais na UMinho e prossegue a sua investigação no Centro de Física da universidade.

O seu trabalho alinha-se com iniciativas de relevo a nível europeu, como o plano estratégico “Battery 2030+” da Comissão Europeia, que visa impulsionar o desenvolvimento de baterias de próxima geração e posicionar a Europa na liderança global em tecnologias de armazenamento de energia.

O Prémio APREN, cujo júri integra uma vasta representação de entidades do setor, distingue anualmente os melhores trabalhos de mestrado em áreas cruciais como energias renováveis, redes energéticas e armazenamento, promovendo a descarbonização e a eficiência. A consagração de Maria Inês Monteiro é também um testemunho da aposta da ECUM na formação de investigadores capazes de gerar inovação e contribuir para um futuro mais sustentável.