Nos passados dias 2 e 3 de dezembro, a Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Miranda recriou a matança do porco e rojoada à moda antiga. Com lotação mais do que esgotada, a Sede desta associação, antiga Escola Primária de Agrochão, acolheu mais um evento.
Nos últimos tempos este espaço foi alvo de obras de melhoria. Também cabe à Associação a conservação do património, pois "este espaço faz parte das memórias de muitos mirandendes, foram muitas histórias e vivências ali vividas ao longo de décadas", refere a Associação de Miranda em nota de imprensa.
Quanto ao evento, nenhum pormenor foi descurado; mais uma vez elementos da direção e voluntários "arregaçaram as mangas" para dois dias intensos de trabalho. "Revivendo um típico fim de semana de início de inverno para os nossos antepassados, essencial para a auto-suficiência das famílias mirandenses, em que familiares e vizinhos se reuniam em volta do carro das vacas cada um com o seu colmo, faca, pedaço de telha ou sabão rosa para chamuscar e lavar o porco. Enquanto isso, ao lume, o pote a cozer o sangue (verde)", descreve.
Foi assim que se fez no sábado. No domingo, o dia começou às 7h00. Lume aceso, porco desmanchado e mais de 20 panelas e potes em volta da fogueira, tudo desde a "sopa da matança" ao sarrabulho foi cozinhado desta forma, como manda a tradição. Para começar bem o dia nunca pode faltar o café com leite da matança. Nota para uma particularidade desta freguesia: as belouras/bolachos/farinhatos/bicas não levam sangue. "Foi um dia de convívio, partilha de lembranças de tempos que eram duros, mas felizes. No fim de almoço um doce típico de Natal para adoçar, a aletria. E pela tarde fora, desgarradas e danças para desgastar as calorias", relata.
"Mais um ano este evento foi um sucesso absoluto", assegura a Associação.
A Miranda tem força, tem povo, tem capacidade, tem, acima de tudo, sabedoria. Tem estórias para ir mais além. E tem ido. Com muito empenho, trabalho, paciência e companheirismo na base, o caminho deste projeto tem sido risonho.
Hoje em dia, esta associação tem mais de 10.000 seguidores no Facebook e centenas de milhares de visualizações.
"Uma certeza prevalece: o futuro ainda reserva muitas histórias para contar", remata.
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