O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, participou hoje na abertura da “Conferência Mar: Energia e Sustentabilidade”, que tem lugar na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESTG-IPVC), contando com a presença do Presidente do IPVC, Carlos Rodrigues, do Diretor da ESTG, Pedro Miguel Moreira, e do Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, envolvendo ainda investigadores e empresários do setor.
O Presidente da Câmara defendeu que “a promoção da Economia do Mar é, para Viana do Castelo, um pilar estratégico do desenvolvimento do nosso concelho, do nosso território”. “Todas as iniciativas relacionadas com a temática do Mar, da Energia e da Sustentabilidade, são bem recebidas na nossa cidade”, declarou. “Temos todos consciência de que esta será a grande oportunidade e temos de fazer acontecer, pelo que todos os momentos de reflexão, de mobilização, de partilha e de concretização são absolutamente determinantes”, considerou Luís Nobre.
“O nosso município sempre teve uma cultura marítima associada. Somos uma cidade de mar, ladeada pelo Oceano Atlântico, e o tema do Mar obviamente que nos traz oportunidades”, frisou, valorizando os agentes económicos que têm trabalho “como parceiros” da autarquia, as empresas e o Porto de Mar de Viana do Castelo, bem como o papel “fundamental” da “academia motivada” que o IPVC representa.
O Presidente da Câmara Municipal recordou a possibilidade de vir a ser instalado em Viana do Castelo o Centro Internacional de Investigação de toda a atividade do mar. “Esta seria uma grande oportunidade e temos de fazer acontecer. Aliás, temos de nos sentir privilegiados porque temos parceiros já a trabalhar no futuro”, afirmou Luís Nobre, salientando, ainda, a expressiva cultura do mar existente no concelho de Viana do Castelo, que poderá sair beneficiada pelas 12 atividades ligadas ao setor que se perspetiva que venham a surgir a curto prazo e que poderão estar relacionadas à metalomecânica, indústria naval e porto de mar.
O autarca de Viana do Castelo aproveitou também a presença do secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, para lançar um desafio ao Governo, recordando a necessidade de serem criadas infraestruturas na região que permitam aprofundar a investigação no setor do mar.
O Presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, referiu que a Economia do Mar representa uma "oportunidade de afirmação para o Politécnico de Viana do Castelo", e que "O IPVC tem de estar atento e acompanhar toda a dinâmica em torno da economia do mar, de forma a ser uma mais-valia para a sua implementação e consolidação no concelho e na região, mas também para nos diferenciarmos e afirmarmos enquanto instituição de Ensino Superior.”
Os contributos e a afirmação do IPVC poderão ser feitos em áreas tão preponderantes para a economia, como a investigação, a transferência de tecnologia, a recolha e tratamento de dados, a biotecnologia e a área alimentar. São áreas, acrescentou Carlos Rodrigues, às quais “o Politécnico de Viana do Castelo quer dar resposta.”
A conferência aconteceu esta manhã no âmbito da Blue Design Alliance, um consórcio entre instituições do Ensino Superior que tem como missão contribuir para a valorização da água, recursos oceânicos e fluviais e sustentabilidade social e ambiental através do design, centrando-se na produção de conhecimento, investigação e formação de competências ligadas à economia azul.
Economia do mar representa 5% do PIB, 4,9% do emprego e também 5% das exportações
Profundo conhecedor do setor, o secretário de Estado do Mar falou de uma área estratégica que tem sido acompanhada pelas instituições de conhecimento e que representa hoje cerca de 5% do PIB, 4,9% do emprego e também cerca de 5% das exportações. “A economia do mar tem já um peso relevante, mas poderá crescer mais”. E traçou, por isso, os próximos objetivos: colocar o mar na agenda internacional, apostar nas energias renováveis e tecnologias oceânicas e infraestruturar uma economia azul sustentável. De “grande ambição” será também “colocar Portugal numa posição de liderança internacional, tendo em conta a vasta área de soberania ou jurisdição nacional e o posicionamento da comunidade científica, tecnológica e de inovação já existentes”, rematou o secretário de Estado do Mar.
A concluir, o diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Politécnico de Viana do Castelo, Pedro Miguel Moreira, recordou que a iniciativa aconteceu no âmbito do consórcio “Blue Design Alliance”, que tem como propósito contribuir para a valorização da água, recursos oceânicos e fluviais e sustentabilidade social e ambiental através do design, em particular numa região com fortes ligações ao setor.
A “Conferência Mar: Energia e Sustentabilidade” inseriu-se no ciclo de conferências “Water Design Views | Blue Design Alliance”, copromovida pelo IPVC, Escola Superior de Artes de Design (ESAD), Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica Portuguesa (ESB-UCP), e Instituto Politécnico de Bragança (IPB), no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A “Conferência Mar: Energia e Sustentabilidade” contou, ainda, com duas mesas-redondas, uma sobre “Mar e Energia”, com Daniel Ribeiro, da WindFloat Atlantic, e Miguel Silva, da CorPower Ocean, e moderação de João Abrantes, da Unidade de Investigação do IPVC, ProMetheus. A segunda mesa-redonda – “Mar e Sustentabilidade” – teve contributos de Pedro Seixas, da Aqualgae, de Eduardo Silva, do ISEP-IPP - CRAS / INESC-TEC, e Raquel Gaião Silva, da Faber Ocean / Climate Tech. A moderação foi de Manuela Vaz Velho, do Centro de Investigação do IPVC, CISAS.
As quatro instituições de ensino superior da Blue Design Alliance estão localizadas no litoral norte e interior norte de Portugal - Escola Superior de Artes e Design (ESAD), Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), Escola de Hotelaria e Bem-Estar do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa (ESB-UCP).
Estas instituições asseguram, através da Blue Design Alliance, uma formação ligada ao Design Azul e à economia circular, inclusiva e sustentável, com o propósito de acelerar a requalificação do território, tornando-o mais resiliente através da criação de novos empregos e profissões azuis.
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