Encontro Intercultural reuniu cidadãos de 34 nacionalidades em Arcos de Valdevez
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Encontro Intercultural reuniu cidadãos de 34 nacionalidades em Arcos de Valdevez



O Município de Arcos de Valdevez organizou no domingo, 13 de novembro, um Encontro Intercultural, com cidadãos estrangeiros residentes no concelho, e com cidadãos arcuenses. O Campo do Trasladário foi o local escolhido para acolher perto de três centenas de pessoas que aceitaram o convite da Câmara Municipal para desfrutar de uma tarde de convívio, de partilha, respeito, gastronomia, cultura e diversidade.

O objetivo deste primeiro encontro intercultural foi promover a integração social e comunitária dos vários grupos de estrangeiros atualmente a residir em Arcos de Valdevez e, de certo modo, contornar a dificuldade que muitas comunidades estrangeiras, às vezes, têm em interagir com a administração dos países onde estão inseridas e, nesse sentido, o Presidente da Câmara Municipal, João Manuel Esteves, desmistifica: “É fácil interagir connosco, e se não for fácil interagir connosco, ou se tiver alguma dificuldade, sabem que há compatriotas, ou do mesmo país ou de outros países ao lado, que os podem ajudar depois a nos relacionarmos.”


João Manuel Esteves revelou que “há um grupo considerável de pessoas que são imigrantes que, neste momento, estão a trabalhar em instituições sociais” no concelho, e que outras estão "a trabalhar em empresas, indústria, comércio e restauração."

O autarca disse que neste momento, o GAE [Gabinete de Apoio ao Emigrante] se transformou no Gabinete de Apoio ao Imigrante, também, e que “Nós precisamos destas pessoas; nós precisamos de ter uma maior interação com estas pessoas, porque só assim conseguimos efetivamente ter uma comunidade feliz, e que se sinta bem, e tenha qualidade de vida.”


Ao longo dos últimos meses, o Município arcuense foi desenvolvendo esforços no sentido de identificar e contactar o maior número de estrangeiros a residir no concelho, para os convidar a participar na iniciativa. Com a colaboração das Juntas de Freguesias e da comunidade, ao todo, foram identificadas 34 nacionalidades residentes em Arcos de Valdevez, provenientes de todo o mundo, desde o continente americano (Venezuela, Colômbia, Brasil, Argentina), do continente europeu (Espanha, França, Itália, Dinamarca, Bélgica, Alemanha, Países Baixos, Ucrânia), de África (S. Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola) e da Ásia (China, Tailândia).

A Vereadora da Ação Social, Belmira Reis, revela que se começaram a aperceber de que “havia várias culturas no nosso território, não só porque as encontrávamos na rua e contactávamos com elas” e que foi “também pelas crianças que se foram inscrevendo nos agrupamentos de escolas, e ao fim de pouco tempo, pelo menos em crianças, já tínhamos 19 nacionalidades”, refere. A partir daí, o Município fez um levantamento mais exaustivo da realidade e, “quando demos por ela já tínhamos 32 nacionalidades”, frisa. A também Vice-Presidente da Câmara, indica que as comunidades mais representadas no concelho são o Brasil e a Venezuela.

A realização do Encontro Intercultural insere-se no Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação 2021-2024. Para Manuela Melo, Conselheira Municipal para a Igualdade, este projeto é de extrema importância: “Porque estas comunidades são como os nossos grupos de emigrantes lá fora: fechados sobre si próprios, e nós gostaríamos que eles convivessem mais com a população e, também, para se conhecerem entre si. Todos podemos aprender em conjunto, e o primeiro passo para esse conhecimento é através das suas culturas. Queremos que esta iniciativa vá além da gastronomia, vá também às músicas, à dança, aos costumes, às literaturas, a tudo o que é a cultura de cada povo.”

Cristyn Molina, de 35 anos, natural da Venezuela, e a viver há quatro anos em Arcos de Valdevez, revelou estar “muito contente com esta atividade”, e trouxe alguns pratos típicos, como “cachapas, feitas com farinha de milho e recheio de queijo; empanadas de frango com queijo; arepas de frango com abacate, e sobremesas como bolo de abóbora, quesillo, e uma bebida com álcool, chamada ponche crema, que tipicamente é servida no Natal e na Passagem de Ano”. A jovem referiu que a integração em Arcos de Valdevez “foi fácil, porque a gente é muito querida e solidária; os Portugueses são adoráveis. Para nós, foi fácil, mas as coisas mais difíceis são, por exemplo, a língua, o clima, que faz muito frio no Inverno, e na Venezuela é Verão todo o ano, mas já estamos habituados. Eu já tenho aqui toda a minha família e estamos muito agradecidos por nos terem acolhido.” Refere ter escolhido Arcos de Valdevez, porque o sogro é de Lavradas, em Ponte da Barca.

Já Steve McMurray, australiano, natural de Sydney, refere ter visitado Arcos de Valdevez, pela primeira vez, em agosto de 2020, durante a pandemia. Diz que toda a vida viveu na Austrália, mas que a primeira vez que visitou Portugal, em 2018, passou quase três meses no Norte do país, mas ainda não conhecia os Arcos, o que só viria a acontecer dois anos depois, fruto de pesquisa, "queria instalar-me no Norte, comecei a pesquisar, e queria um lugar perto de uma grande cidade, mas não necessariamente numa cidade, e o nome Arcos aparecia sempre." Para além da boa localização, destaca "os rios agradáveis, belas montanhas, boa comida e cultura". Gostou tanto, que no Natal de 2019/20, andou a ver casas e acabou mesmo por comprar uma, em Arcos de Valdevez. Este antigo polícia, de 64 anos, diz que ocupa os seus dias a tirar fotos, a cantar, a passear o cão e que, como agora está reformado, "I take it easy", ou seja, leva uma vida tranquila.

No evento, foram também entregues os prémios da 1ª edição do Concurso de Fotografia “A Mulher Arcuense” 2022, iniciativa, inserida no Plano Municipal Para a Igualdade e Não Discriminação #VezDeIgualdade, como forma de incentivar o empoderamento feminino e de promover a igualdade de género, dando “visibilidade às mulheres e ao seu contributo para o desenvolvimento de Arcos de Valdevez, pelos diversos papéis que desempenham na sociedade.”


Marta Daniela Dias Alves foi a grande vencedora, com a fotografia intitulada “Tia Custódia dos Rebuçados”, e levou para casa um cheque no valor de 150€.


O segundo classificado foi Eduardo José Ferreira Antunes, que não estava presente no evento para receber o prémio no valor de 100€. Conquistou o segundo lugar com a fotografia “Tu Definida pela Indefinição”.

1.º Prémio, 2.º Prémio e Menção Honrosa (da esquerda para a direita)

Por fim, Romano de Sousa Alves foi reconhecido com uma menção honrosa pela autoria da foto “Mulher Determinada”.



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