Instituto Politécnico de Viana do Castelo integra projeto para combater a praga de mirtilos
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Instituto Politécnico de Viana do Castelo integra projeto para combater a praga de mirtilos

Atualizado: 10 de ago. de 2021

O STOP Suzukii, que arrancou em março e que se prolonga por três anos, tem como objetivo encontrar uma solução biológica no combate à praga dos mirtilos


Combater a praga de mirtilos é a missão da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e da Faculdade de Ciências e do Instituto de Ciência e Inovação em engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) da Universidade do Porto.



O Projeto STOP Suzukii, que foi financiado pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade - Compete, arrancou em março e prolonga-se por três anos. “O projeto tem uma abrangência muito grande e o objetivo é que a empresa, que também está envolvida, possa aplicar o resultado do trabalho nas plantações de mirtilo”, explicou o professor da ESA-IPVC, Júlio Lopes, acreditando que se possa “encontrar uma solução para um problema emergente”.

Com o objetivo de estudar a viabilidade de usar artrópodes parasitoides/predadores da Drosophila suzukii para os integrar nas medidas de controlo sustentável, baixando assim a densidade da praga e os danos nos pomares de mirtilos, nasce esta parceria com a Universidade do Porto. Desenvolver técnicas que permitam controlar a praga de forma sustentável, através do desenvolvimento de armadilhas específicas e da identificação de artrópodes autóctones (a multiplicar no insectário) que possam ser utilizados como elementos de luta biológica, é o que se pretende.


Existe uma praga, a mosca Drosophila suzuki, que ataca os mirtilos e é “bastante prejudicial”. Esta praga, segundo o professor da ESA-IPVC, já está identificada a nível internacional, nomeadamente nos EUA. “Em Portugal, a praga também já está sinalizada e a empresa que está envolvida no projeto tem tido prejuízos bastante grandes”, contou Júlio Lopes, que lidera este projeto com o professor Raul Rodrigues.


Perante este problema, o objetivo do projeto é perceber qual a melhor forma de prevenir e combater as pragas. Atualmente existe o tratamento químico através dos inseticidas, mas o que se pretende é evitar esse tipo de tratamento. “Vamos observar se existem outros insetos que funcionem como predadores dessas mesmas moscas. Uma das formas de fazer a luta biológica é tentar encontrar outro organismo que faça o trabalho por nós, evitando o uso de químicos”, referiu o professor, adiantando que já existe uma espécie que é comercializada por empresas em Portugal. “Esta espécie já é vendida para fazer largadas e os insetos atacam as moscas e evitam a sua propagação, mas é sempre introduzido material genético externo”, confirmou. Perante esta realidade, com o projeto pretende-se “identificar um predador autóctone, que já exista na natureza em Portugal, e estudar a possibilidade de desenvolver e produzir esse predador em laboratório ou cativeiro para ter uma quantidade maior para usar nesta luta biológica”.


O papel da ESA-IPVC neste projeto é utilizar as instalações do Insectário para criar condições para a produção dos predadores e testar em sistema controlado com mirtilos o desempenho desses predadores. “Para isso, não vamos trabalhar com a mosca Drosophila suzuki, devido ao nível de risco de disseminação dessa espécie, mas com a mosca da fruta comum, que os predadores também atacam”, justificou Júlio Lopes, esperando-se depois validar em campo.


O projeto ainda está a começar, mas a Universidade do Porto tem vindo a fazer algum trabalho com o predador. “Já foram identificados alguns possíveis predadores através da captura de insetos na zona de produção e a verificação da existência de DNA no estômago desses possíveis predadores para depois identificar as espécies que poderemos vir a trabalhar”, referiu.


Em paralelo, o INEGI está a trabalhar no desenvolvimento de sistemas de capturas, nomeadamente armadilhas, que atraem as moscas de forma a reduzir a população.


Associado a tudo isto está prevista também a implementação técnicas culturais que minimizem a ação da praga. “A ideia é construir barreiras de contenção, nomeadamente a colação nas periferias dos pomares de algumas sebes que permitem o desenvolvimento de outras espécies que atacam a propagação da mosca ou até a colocação de sistemas de proteção como coberturas”, informou ainda o professor.



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