A música e as canções de António Zambujo, Samuel Úria e Augusto Canário, as palavras e o encontro dos escritores Lídia Jorge, Manuel Alegre, João Melo, Mário Cláudio e Carlos Vale Ferraz são algumas das iniciativas que marcam abril, mês da liberdade, em Paredes de Coura.
António Zambujo ‘Voz e Violão’ – com a participação do coro Couravoce
António Zambujo é um dos maiores artistas, autores e intérpretes contemporâneos da música e da língua portuguesas, e um dos seus mais notáveis embaixadores no mundo. Ao incorporar influências do cancioneiro brasileiro, em particular a Bossa Nova, derrubou fronteiras, reais e imaginárias, aproximando os dois lados do Atlântico. Com isso, a sua música, primeiro forjada na tradição do Cante Alentejano e do Fado, criou uma personalidade única e inspirou um novo ciclo na música portuguesa. Ao nono álbum, oitavo de originais, “António Zambujo Voz e Violão”, o músico inspira-se no nome de um dos discos da sua (e da nossa) vida, “João Voz e Violão”, álbum de João Gilberto editado em 1999, e volta, nada acidentalmente, ao essencial.
Centro Cultural de Paredes de Coura - 22 de abril - 21h30 Bilhetes à venda na plataforma BOL em https://mparedescoura.bol.pt/ e no Centro Cultural de Paredes de Coura Valor: 10€ (Bilhete pago a partir dos 3 anos inclusive).
Samuel Úria – Canções do pós-guerra
O título escolhido para esta apresentação corre o risco de soar démodé ou até desatualizado se o resumirmos ao contexto social em que vivemos os últimos dois anos. Efetivamente, foi também esse o título que Samuel Úria deu ao seu último disco de originais publicado no final de 2020, mas também nessa altura associá-lo à situação pandémica era redutor. A “guerra” a que Samuel se refere, será, como sempre, interior e espiritual. Aliás, uma vez mais, obriga-nos a olhar para dentro. Não num exercício egocêntrico, mas antes como parte de um caminho de necessária partilha.
O repertório deste novo trabalho de onde é inevitável destacar “Fica Aquém”, “O Muro”, “A Contenção” ou “Aos Pós”, foi composto e gravado em período pré-pandemia. O disco teve data de edição coincidente com o confinamento e só a impossibilidade de ter a atenção do público, levou ao seu adiamento. E por muito que se apregoe que este “Canções do Pós-Guerra” é o disco mais confessional de Samuel Úria, tal como em registos anteriores, ou ainda mais, as suas composições confrontam-nos connosco próprios, algo que só as “canções eternas” têm a capacidade de provocar.
Este concerto, ainda que marcado por “Canções do Pós-Guerra”, tem ainda o propósito de conduzir o público numa viagem à criatividade de Samuel Úria, num percurso que terá um pé nos seus trabalhos anteriores e em que terão destaque temas que fazem do “trovador das patilhas” no mais interessante cantautor do século XXI – “Lenço Enxuto”, “É preciso que eu diminua”, “Fusão” ou “Teimoso”, são obrigatórios.
Samuel Úria – voz, guitarra elétrica e acústica Jónatas Pires – guitarra elétrica e acústica, harmónio indiano, voz Silas Ferreira – teclados, sampler, percussão, oboé, voz António Quintino – baixo, voz Tiago Ramos – bateria, glockenspiel, voz
Concerto adequado para maiores de 6 anos Centro Cultural de Paredes de Coura - 24 de abril - 21h30 Bilhetes à venda na plataforma BOL em https://mparedescoura.bol.pt/ e no Centro Cultural de Paredes de Coura Valor: 5€ (Bilhete pago a partir dos 3 anos inclusive)
Esta evocação e celebração da Liberdade começa bem antes, no dia 12, na Biblioteca Aquilino Ribeiro, com as “Rimas de Abril“. Nesta iniciativa dirigida ao público sénior, e abrangendo o período da manhã e da tarde, o popular músico alto-minhoto Augusto Canário vai confraternizar e cantar para os utentes de Lares, Centro de Dia e Centro de Atividades Ocupacionais do concelho.
Lídia Jorge, Manuel Alegre, João Melo e Mário Cláudio nas ‘Memórias da Guerra em África’
Se a música se estende por vários dias, já a conferência com Lídia Jorge, Manuel Alegre, João Melo, Mário Cláudio e Carlos Vale Ferraz, moderada por José Alberto Pinheiro, e inserida no ciclo ‘Memórias da Guerra em África’, reúne todos estes escritores na tarde de 22 de abril no Centro Cultural, pelas 16h00. A entrada é livre.
Promovido pelo Centro Mário Cláudio, o ciclo ‘A Guerra em África’ tem trazido desde o ano passado a Paredes de Coura exposições, debates e exibições, tendo por referência os conflitos que se travaram nas três frentes: Guiné, Angola e Moçambique.
Esta conferência com escritores que estiveram na guerra, mas também os debates com historiadores de vários quadrantes políticos, um ciclo de cinema, além de sessões de leitura de textos e de troca de opiniões, bem como as exposições e acervo documental facultado pelas gentes de Paredes de Coura e que se encontra patente no Centro Mário Cláudio, em Venade, foram pensados como pretexto de reflexão e relembrança, e de respeitosa homenagem à memória de quem morreu e sofreu.
Abril dentro de portas
até 28 de abril - Biblioteca Municipal Aquilino Ribeiro
Programação: Exposição “25 de abril 74 – Breve roteiro fotográfico” Auditório da Biblioteca
12 abril “Rimas de Abril“ com Augusto Canário Lares/Centros de dia Público sénior
28 abril/21h00 Lançamento do livro “Tem-te não caias” de Manuel Tinoco Momento musical
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