A Câmara Municipal de Caminha, a Junta de Freguesia de Lanhelas e a Corema - Associação de Defesa do Património, estão a desenvolver um trabalho conjunto no sentido da proteção, identificação e divulgação da arte rupestre no Monte de Góios, deu nota hoje a autarquia. Esta semana, responsáveis das três entidades, incluindo o Presidente da Câmara, Rui Lages, visitaram o local, por forma a garantir que o corte de vegetação que está a ser realizado pelo Município assegura a preservação deste património.
Há mais de um século que a existência deste “legado” dos nossos antepassados é conhecido, mas só começou a ser melhor entendido e valorizado mais recentemente. Além da preservação, "as três entidades, em que se inclui a Corema - Associação de Defesa do Património, estão a trabalhar na posterior divulgação, que deverá passar por um roteiro", anunciou o Município de Caminha em nota de imprensa.
A Corema foi fundada em 1988 e trata-se de uma organização não governamental do ambiente, sem fins lucrativos, com sede em Caminha.
Desde os finais do século XIX que são conhecidos testemunhos de arte rupestre no Monte de Góios, o que culminou com a classificação da Laje das Fogaças como Monumento Nacional já em 1974. No entanto, contextualiza a autarquia, "foi no âmbito da avaliação do Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (Recape) da A28, ligação rodoviária a Caminha, que se procedeu à realização de trabalhos de prospeção arqueológica que resultaram na identificação de várias novas rochas gravadas, distribuídas pela vertente ocidental do Monte de Góios, o que contribuiu para o reconhecimento da área como um autêntico santuário de arte rupestre."
Estes importantes testemunhos da ação humana são enquadráveis num longo período cronológico, desde a Pré-história, mais concretamente dos finais do Paleolítico Superior, até aos períodos históricos mais recentes. "O rico acervo iconográfico identificado no Monte de Góios é composto por representações tendencialmente antropomórficas, zoomórficas e geométricas, realizadas por picotagem ou abrasão", explica. "Estas manifestações constituem um relevante legado da vida cognitiva e/ou espiritual das populações que foram ocupando o território e traduzem-se numa importante janela para o nosso passado."
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