Apresentado o livro "O Cavalo Garrano" em Arcos de Valdevez | Peneda Gerês TV
- Jorge da Costa

- 22 de set.
- 3 min de leitura
23 de setembro, 2025.
Arcos de Valdevez celebra a sua identidade rural com o lançamento do livro "O Cavalo Garrano", uma obra de João Monteiro Serrano e Ana Sofia Santos que mergulha na história e importância desta raça autóctone, vista como um verdadeiro motor de coesão territorial. A iniciativa, apoiada pelo município arcuense e pela Associação Nacional dos Criadores da Raça Garrano, destaca-se pela sua missão de valorizar o património natural e cultural de Portugal, reforçando o papel do garrano como um ícone nacional e internacional.
A apresentação do livro "O Cavalo Garrano", que decorreu na Biblioteca Municipal Tomaz de Figueiredo em Arcos de Valdevez, sublinhou a profunda ligação entre o cavalo garrano e a região do Minho. O autor João Monteiro Serrano, coautor da obra com Ana Sofia Santos, enfatizou que este livro é "muito mais do que um conjunto de páginas", descrevendo-o como um "tributo a um património vivo, profundamente enraizado na nossa identidade cultural e na paisagem do norte de Portugal". Para Serrano, o garrano é um símbolo de harmonia entre o Homem e a natureza, e a publicação serve como uma ponte entre o passado e o futuro.

O evento contou com a participação de figuras como o Presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, Olegário Gonçalves, o Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Paulo Ramalho, e representantes da Associação Nacional dos Criadores da Raça Garrano, João Reis Presidente da Associação e Martinho Araújo, Presidente da Mesa da Assembleia, e a Vereadora Municipal Emília Cerdeira.
A Importância Económica e Social do Cavalo Garrano
Durante a sua intervenção, o Presidente da Câmara, Olegário Gonçalves, destacou a importância de assumir a agricultura como um pilar económico do concelho e o papel do cavalo garrano nesse processo. O município, segundo o autarca, vai criar um "gabinete da agricultura" para trabalhar em parceria com o setor, uma medida que visa fortalecer o tecido económico e valorizar o trabalho de todos os envolvidos.
Paulo Ramalho, Vice-Presidente da CCDR-N, corroborou esta visão, afirmando que a agricultura deve ser uma "prioridade do país" e um motor para o desenvolvimento e a coesão territorial.
Ele sublinhou que a CCDR-N tem o dever de apoiar os municípios e o governo central na promoção do setor primário, já que a agricultura não se limita à produção de alimentos, mas contribui para a biodiversidade e para a preservação da paisagem rural. O garrano, nesse contexto, é um "elo que une as comunidades" e um animal que tem um futuro promissor, inclusive para fins turísticos e de lazer.
Da Beira Tejo ao Minho: Uma Jornada Pessoal
João Monteiro Serrano partilhou a sua história pessoal, revelando a sua paixão pelas raças autóctones que começou com o Cavalo Sorraia, uma raça igualmente em vias de extinção. A sua jornada de investigação, que começou nos anos 2000, levou-o a criar uma reserva para a preservação de cavalos Sorraia, que de apenas três exemplares hoje conta com mais de 30. Ele explicou que o Cavalo Sorraia é o ancestral genético de quase todas as raças de cavalos no continente americano, desde o Canadá ao Chile, o que demonstra a importância do património genético português a nível global. Para Serrano, o Cavalo Garrano é igualmente importante, estando também ligado à história da conquista da América e à formação de raças como o Mustang.
O autor defendeu que o livro não é apenas para bibliografias, mas um "instrumento de apoio ao trabalho e ao desenvolvimento regional e humano". A obra, segundo ele, é um convite para olhar para a natureza e para as pessoas, e para assumir a responsabilidade de "fazer coisas boas".
A vereadora Emília Cerdeira mencionou o recente projeto de criar um Dia das Raças Autóctones, que agora aguarda aprovação do Parlamento. "O culminar… do trabalho de todas estas pessoas que durante anos… decidiram trabalhar para a preservação do nosso património, quer genético, quer histórico, e as raças autóctones, acho que também vão ter aqui um culminar bastante interessante", afirmou.
O lançamento do livro "O Cavalo Garrano" simboliza um passo importante na valorização do património natural de Portugal e na promoção de uma visão integrada e sustentável do desenvolvimento rural. O livro estará disponível para consulta na Biblioteca Municipal de Arcos de Valdevez.












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