Cientistas da Universidade do Minho Recebem Prestigiado Prémio Breakthrough 2025
- Jorge Costa
- 13 de abr.
- 2 min de leitura
13 de abril, 2025.
Uma notícia que enche de orgulho a comunidade científica portuguesa: dois docentes da Universidade do Minho (UMinho) foram distinguidos com o prestigiado Prémio Breakthrough 2025 em Física Fundamental. Nuno Castro e António Onofre, do Departamento de Física da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), integram o grupo de 13 mil cientistas a nível mundial reconhecidos por esta distinção. O anúncio foi feito esta terça-feira, dia 8 de abril, pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP).
O prémio foi atribuído à colaboração ATLAS, uma das principais experiências do CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear), que opera o Grande Colisor de Hadrões (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo. Esta distinção reconhece os avanços pioneiros na exploração das colisões de alta energia no LHC.

Ao longo dos anos, vários investigadores da ECUM têm contribuído ativamente para a colaboração ATLAS, nomeadamente através do desenvolvimento de teses de doutoramento realizadas no LIP-Minho. Atualmente, a aluna Maura Barros está a finalizar a sua tese, que se juntará às já concluídas por Juan Pedro Araque, Emanuel Gouveia, Ana Peixoto e Tiago Vale – todos eles também agraciados com o prémio agora anunciado.
O Prémio Breakthrough, no valor de três milhões de dólares, será partilhado com as colaborações ALICE, CMS e LHCb. Reconhece as medições precisas das propriedades do bosão de Higgs e o estudo do mecanismo de Brout-Englert-Higgs, que explica a origem da massa das partículas fundamentais. O prémio destaca ainda o contributo para a descoberta de novas partículas, o estudo de processos raros e da assimetria entre matéria e antimatéria, bem como a exploração da Natureza nas escalas mais pequenas e nas condições mais extremas.
Nuno Castro expressou a sua satisfação, afirmando que “este prestigioso prémio é o reconhecimento do esforço coletivo de milhares de cientistas de todo o mundo que, construindo e operando as experiências do LHC do CERN, permitem fazer avançar o conhecimento humano sobre os constituintes da matéria e as suas interações”. O docente acrescentou ainda: “A enorme quantidade de dados que esperamos obter nos próximos anos permitir-nos-á avançar nesta aventura ainda mais. Quem sabe que segredos da Natureza iremos ainda descobrir?”.
O valor monetário do prémio terá um impacto significativo no futuro da investigação, uma vez que será doado à CERN & Society Foundation. O objetivo é financiar bolsas de doutoramento, proporcionando estadias prolongadas de estudantes no CERN. Ana Peixoto, alumni do Departamento de Física da ECUM, beneficiou de uma destas bolsas em 2019, enquanto estudante de doutoramento do programa MAP-Fis.
Esta distinção representa um marco importante para a Universidade do Minho e para a ciência portuguesa, consolidando o papel dos seus investigadores na vanguarda da física de partículas a nível mundial.
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