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Paredes de Coura: Conversas na Casa Grande juntam Paulo Pinto e Susana Vassalo a Arnaldo Trindade

As Conversas na Casa Grande estão de regresso este sábado, 11 de novembro, pelas 16h00, com Arnaldo Trindade e tendo por interlocutores Paulo Pinto e Susana Vassalo, na renovada Casa Grande de Romarigães, em Paredes de Coura.





cartaz em tom azul claro com uma andorinha

Tendo por ponto de partida a escuta na íntegra do disco ‘As casas: Romarigães e outras histórias’ - Sofia Saldanha resgatou uma entrevista de Aquilino Ribeiro onde o escritor refere que acabava de escrever, naquele momento, um novo romance “A casa Grande de Romarigães” –, o editor da Orfeu, Arnaldo Trindade, bem como Paulo Pinto e Susana Vassalo vão mergulhar na obra de um dos autores mais marcantes da literatura portuguesa do século XX.

No ano em que se evoca os 60 anos da morte de Aquilino com a reabilitação da Quinta do Amparo, este espaço de fruição, centro de literatura e também de cultura em Romarigães recupera aspetos que marcaram o percurso do autor de “A Casa Grande de Romarigães” que, curiosamente, também gravou um disco em 1957 onde lê um capítulo da obra “O Malhadinhas”. Arnaldo Trindade foi o responsável pela gravação.


Arnaldo Trindade

Em 1958 lança a editora Orfeu e inaugura o registo de obras poéticas e de prosa. Aquilino Ribeiro, José Régio, Sophia de Mello Breyner Andresen, Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Jaime Cortesão, Ferreira de Castro, José Rodrigues Miguéis, Agustina Bessa-Luís, Fernando Namora e Rebordão Navarro são alguns dos nomes que registam em disco vinil a leitura da sua obra. Eunice Muñoz e Mário Viegas trazem as suas vozes para a Orfeu dizendo Mariana Alcoforado, Florbela Espanca, Manuel Alegre, Fernando Pessoa e Alberto Caeiro. Dedicado à música e ignorando ostensivamente a PIDE, Arnaldo Trindade produz o melhor da música portuguesa: José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sérgio Godinho, Fausto, Vitorino, Francisco Fanhais, José Mário Branco. Duas das suas gravações, “Grandola Vila Morena” de José Afonso e “Depois do Adeus” de Paulo de Carvalho foram as canções que desencadearam o 25 de Abril. A loja Arnaldo Trindade, frente ao Café Majestic, tornou-se, então, um local de culto dos jovens da cidade. Até à data, tem 3 livros de poesia editados, “Jogos de Xadrez e da Vida” (2013), “Commedia Dell’Arte” (2015), “Nuvem sem água, chuva não chora” (2022), todos publicados na editora “Estratégias Criativas”.


MNEMONICA |“discos não pedidos"

A editora MNEMÓNICA foi criada em 2022 com o objetivo de editar discos em vinyl de vozes e poesia lida pelos seus autores, uma prática regular entre as décadas de 50 e 90 em Portugal. Fundada em Paredes de Coura em 2022 por Paulo Pinto e Susana Vassalo, ele realizador e ela arquiteta, baseou-se na prática lançada em Portugal pela editora Orfeu. 1956 foi o ano em que Arnaldo Trindade, na altura proprietário de uma loja de eletrodomésticos na rua de Sta Catarina, Porto, cria um estúdio nas traseiras dessa loja e lança a Orfeu. O primeiro disco de prosa, editado em 1958, é uma gravação de Aquilino Ribeiro a ler um excerto da obra “Malhadinhas”. A editora Mnemónica inspira-se no legado da Orfeu para fazer algo que já foi feito, mas que acredita, deve voltar a existir. A união das várias artes transbordam dos discos para as capas, com artistas a criarem obras plásticas inéditas. O primeiro disco da Mnemónica, editado em formato vinyl, é Arnaldo Trindade a ler a sua poesia, com a capa de Valter Hugo Mãe, e o segundo, “As Casas: Romarigães e outras histórias” de Sofia Saldanha, um áudio documentário criado em volta da Casa Grande de Romarigães, realizado em 2019 com o apoio da Câmara Municipal de Paredes de Coura, com capa de Sebastião Peixoto.


Sofia Saldanha

Nasceu em Braga, em 1975. Começou a trabalhar em rádio em 1992 quando ainda frequentava a escola secundária. Durante 15 anos foi uma das vozes da Rádio Universitária do Minho. Completou o Mestrado em Rádio do Goldsmiths College, University of London, no Reino Unido e aprofundou a experiência de documentarista no Salt Institute for Documentary Studies, nos EUA. Ganhou o Best New Artist Award no Third Coast International Audio Festival (EUA, 2010), esteve nomeada para prémios no Prix Europa – The European Broadcasting Festival (Alemanha, 2019), The HearSay Prize – HearSay International Audio Arts Festival (Irlanda, 2019), Prix Marulic – International Radio Festival (Croácia, 2020 e 2022), Prémio Prata na categoria Short Forms do Prix Marulić – International Radio Festival 2021 (Croácia). The Sleeping Fool, The Captain, Não sei o que o amanhã trará – um passeio sonoro na Lisboa de Fernando Pessoa, 1974: o 25 de abril na rádio, To Think There's Nothing Else Out There (for In The Dark's 'Out of The Dark’), A Trovoada, No Escuro e à Escuta - Cultura na Rua, BBC Radio 4 - Short Cuts, Correspondents, A Caixa, O Piano, Vou e Venho, memórias de Miguel Torga, As Casas: Romarigães e Outras Histórias são alguns documentários áudio.

A mais recente produção surge depois de um convite realizado pelo projeto “Estilhaços” - com António Rafael, Adolfo Luxúria Canibal, Jorge Coelho e Henrique Fernandes - para criar uma peça áudio para o concerto no Teatro Garrett, que integrou a programação do festival literário Correntes d'Escritas 2022, “As listas de Lilith”.

Os seus documentários áudio foram transmitidos na Rádio Antena 2, BBC Rádio 4, e em inúmeros canais de rádio norte-americanos. É parte do In The Dark, uma associação que nasceu em Londres em 2010, dedicada a divulgar documentários áudio inovadores, e que organiza regularmente, em espaços públicos, sessões de escuta áudio no escuro. Em 2018 criou o In The Dark Lisboa. Sofia foi membro do Sindicato de Poesia, uma Associação Cultural que desde outubro de 1996 trabalha o ato performativo de dizer poesia. Faleceu no ano de 2022.




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