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Ponte de Barca tem uma nova marca de vinhos: Vinhas de Cypriano, lançada no Dia de Portugal

Dez de junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, foi a data escolhida para o lançamento da marca de vinhos - Vinhas de Cypriano -, em homenagem a Cypriano Joseph da Rocha, que nessa data, no ano de 1729, em carta enviada de Minas Gerais, no Brasil, para Ponte da Barca, recomendava a sua mulher: “Trata bem das nossas vinhas”. Este manuscrito, juntamente com outros onde apela a sua mulher que lhe envie o seu vinho para o Brasil, comprovam que já em Setecentos havia vinhas e produção de vinho na sua Quinta, em Vila Nova de Muía, Ponte da Barca.




pessoas com t-shirts azuis segurando copos de vinho e com um cão Dálmata

Os vinhos Vinhas de Cypriano nascem como um projecto da família Andresen Guimarães, descendentes de Cypriano Joseph da Rocha, um ilustre barquense nascido no Barral, S. João de Vila Chã. A exploração vinícola, presentemente de cerca de 6,5ha de vinha, está localizada na margem direita do Rio Lima, numa quinta e casa multissecular, cuja construção, segundo inscrição gravada na pedra de granito na entrada da casa, data de 1696.


A apresentação dos vinhos e da marca Vinhas de Cypriano aconteceu no âmbito de um evento denominado: “Vinhos e Enoturismo com História”. Este evento foi o “pontapé de saída” que deu a conhecer a marca no mercado e também o projecto de enoturismo, ainda em fase de conclusão, denominado “Quinta de Cypriano - Wine and Nature”, com alojamento com seis quartos e diversos espaços para eventos, pretendendo ser "uma oferta de excelência e referência na Rota dos Vinhos Verdes, no Alto Minho."


No evento estiveram presentes diversos convidados, nomeadamente o Executivo do Município de Ponte da Barca, liderado pelo seu Presidente, Augusto Marinho e os vereadores José Alfredo Oliveira, Rosa Arezes e Diana Sequeira, assim como várias personalidades da área do vinho, produtores, enólogos, enófilos, escanções, distribuidores e amigos próximos da família.

A gama de vinhos apresentada foi o Loureiro Grande Escolha 2022, produzido em parceria com a Adega Cooperativa de Ponte da Barca, o Loureiro Curtimenta 2020 e o Vinhão 2020, os dois últimos vinificados na quinta recorrendo a métodos tradicionais, com pisa a pé das uvas nos centenários lagares de granito.

garrafas de vinho Quinta de Cypriano em exposição e outras num balde com gelo
Vinhão 2020 - Vinhas de Cypriano

"Estes dois vinhos são raridades no nosso mercado pela sua especificidade e qualidade, e foram rotulados, lacrados e numerados manualmente, em que toda a família participou. Foram vinificados apenas 1000 litros de cada um, dando um lote limitado a 1333 garrafas de cada", explica a Vinhas de Cypriano em nota de imprensa. As duas castas Loureiro e Vinhão são representativas da região do Vale do Lima e as castas predominantes da Quinta de Cypriano.

O evento começou com uma prova da gama de vinhos que foram saboreados enquanto se desfrutava da belíssima vista sobre as vinhas e o Rio Lima, seguido de um almoço em que foram servidas gostosas iguarias minhotas. Terminou com a participação do proprietário, António Andresen Guimarães, numa conversa em direto com o Brasil, a que os convidados assistiram, no âmbito do evento Enoturlit, o Encontro do Turismo Literário com o Enoturismo do Sul de Minas, do Brasil para o Mundo, que decorreu de 4 a 10 de junho a partir de Poços de Caldas, Sul de Minas e de cujo programa o evento de apresentação dos Vinhas de Cypriano fez parte.

garrafas de vinho verde Loureiro - Vinhas de Cypriano
Loureiro Grande Escolha 2022 - Vinhas de Cypriano

"A Quinta irá promover este encontro do Enoturismo com o Turismo Literário, sendo o nome de Cypriano Joseph da Rocha e os vinhos Vinhas de Cypriano as peças centrais desse projecto, que será desenvolvido em parceria com instituições do Sul de Minas Gerais, através da divulgação de produtores de vinho minhotos e sul mineiros", adianta fonte da empresa.

O evento foi uma oportunidade única para conhecer a história de Cypriano descrita no livro “Cypriano Joseph da Rocha: Relato de uma vida entre Portugal e o Brasil na Idade do Ouro” (editado pela Imprensa Nacional), da autoria do seu hexaneto e proprietário da Quinta, assim como o relato das relações e contactos estabelecidos em Minas Gerais e no Sul de Minas, em particular, que deram origem à recente viagem da família a Minas Gerais com o objetivo de conhecer as terras que seu antepassado percorreu e para apresentar o referido ensaio biográfico.

homem e mulher segurando copos de vinho verde junto a uma quinta

O reconhecimento da importância de Cypriano na história dos dois municípios, e no desenvolvimento de laços de cooperação, está na base da celebração no passado dia 2 de maio de um protocolo de Geminação do Município de Ponte da Barca com o Município de Poços de Caldas, em representação dos 180 municípios que integram o Sul de Minas, nascidos a partir do Arraial de São Cipriano, como no breve resumo biográfico a seguir se descreve.


"Cypriano Joseph da Rocha, acompanhado de dois filhos, um de quinze e outro de onze, embarca em 1728 numa nau rumo ao Brasil, para ocupar na Capitania da Baía, o cargo de Juiz dos Orfãos, por mercê de Sua Magestade el-Rei D. João V, o Magnânimo, e uns anos mais tarde, na Capitania de Minas Gerais, o de ouvidor da Comarca de Rio das Mortes, um extenso território que provavelmente ele não saberia, ser maior do que o Reino que ele deixava. A sua missão levou-o numa viagem sertão a dentro à descoberta das minas do Rio Verde, ultrapassando os rios Baependi, Lambari e Sapucaí, e que tem um momento marcante na fundação, como ele designou, de um arraial a que pôs o nome de Arraial de São Cipriano. Dessa viagem, chegaram até nós diversas cartas dirigidas a sua mulher, guardadas de geração em geração, em que descreve a sua missão em Minas Gerais e detalha os costumes das terras que visitou na Idade do Ouro, período tão marcante da História de Portugal e do Brasil colonial."




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