Braga homenageia artista plástica Lourdes Castro
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Braga homenageia artista plástica Lourdes Castro



Trabalhos da mestre das sombras em destaque na exposição do Centro de Estudos Humanísticos da UMinho (CEHUM), patente até 5 de março, no Museu Nogueira da Silva, em Braga.


A artista plástica madeirense Lourdes Castro, recém-falecida, está em destaque na exposição "Matéria Impressa, Matéria Nómada", patente até 5 de março no Museu Nogueira da Silva, em Braga. A mostra junta trabalhos em formatos como o livro e o postal de 13 autoras portuguesas e brasileiras e é organizada pelo Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM).


A exposição enquadra-se no projeto científico "WomanArt – Mulheres, Artes e Ditadura. Os casos de Portugal, Brasil e dos Países Africanos de Língua Portuguesa", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. A mostra inclui trabalhos em formato livro e postal, os quais encontram na mobilidade e na mutabilidade características centrais.

As artistas representadas – Ana Hatherly, Ana Vidigal, Carla Filipe, Irene Buarque, Lourdes Castro, Maria Bonomi, Marilá Dardot, Regina Silveira, Regina Vater, Rita Carvalho, Rosângela Rennó, Teresinha Soares e Vera Chaves Barcellos – materializaram com estas obras uma revisão ou um confronto de certas narrativas totalizantes, por exemplo, sobre o papel das mulheres na sociedade, o capitalismo, a escravatura e o colonialismo, que foram sustentados e sustentaram os regimes repressivos e ditatoriais em Portugal e no Brasil.


De Lourdes Castro há, por exemplo, 11 postais que evocam desenhos, imagens de afetos, sombras do seu herbário, das suas caixas e dos seus famosos álbuns de família, além de uma referência ao teatro de sombras que fez com Manuel Zimbro. Outro conjunto de postais remete para locais e monumentos de cidades onde viveu, como Paris, Berlim, Lisboa e Funchal. Em lugar central surge ainda um caderno escrito pela artista, “Querida Arlete”, que ofereceu a Arlete Silva e Manuel de Brito, da Galeria 111, com várias intervenções visuais, como colagens e desenhos. “É um objeto íntimo e especial, testemunha o ser alegre e afetuoso que era Lourdes Castro”, diz a curadora da exposição e investigadora do CEHUM, Márcia Oliveira.



Lourdes Castro

Lourdes Castro (1930-2022) frequentou a Escola Belas Artes de Lisboa entre 1950 e 1956, de onde foi excluída pelos seus primeiros trabalhos de modelo nu. Em 1957 emigrou para Munique com René Bertholo e, no ano seguinte, rumou para a capital francesa com uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, onde permaneceu até regressar a Portugal em 1983. Explorou a abstração e o novo realismo, sobretudo os movimentos e subtilezas da sombra. Deixou uma obra pioneira, fundou o grupo artístico e a revista KWY em França e criou espetáculos como “As cinco estações” ou “Linha do horizonte”, apresentados pela Europa e América Latina. Venceu o Grande Prémio EDP, o Prémio CELPA/Vieira da Silva, o Prémio Árvore da Vida, o Prémio Artes Visuais da Associação Internacional de Críticos de Arte, a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura e a Comenda de Sant'Iago de Espada.




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