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“Facha Romana” recriou usos e costumes castrejos no Castro de Santo Estêvão

A Freguesia da Facha, no concelho de Ponte de Lima, viveu este fim de semana à moda dos romanos, no Castro de Santo Estêvão. De 16 a 18 de junho, todos quantos visitaram esta “aldeia recriada” puderam testemunhar um festim romano, militares acampados e fardados a rigor, demonstração de usos e costumes no castro, alimentação, queimada galaica, desfiles e festejos e até a celebração de um casamento castrejo.




homens vestidos de soldados romanos, com cores vermelhas e armas

O primeiro dia das festividades foi dedicado aos mais novos, na sexta-feira à tarde, com uma visita guiada ao Castro de Santo Estêvão, um povoado da Idade do Ferro, onde uma arqueóloga explicou aos cerca de 75 alunos do 3.º e 4.º anos do Centro Educativo da Facha, como viveram ali povos, no século VII antes de Cristo, e quais eram os seus afazeres diários.

cartaz explicativo do local

castro no monte com um tear de madeira dentro

Esta é a segunda edição de um evento que pretende dar a conhecer o património arqueológico que ali se encontra, no sentido de apostar na sua preservação, enquanto se dinamiza a freguesia, envolvendo toda a comunidade.

A edição de 2023 da Facha Romana foi organizada pela Junta de Freguesia da Facha, juntamente com os grupos de teatro Art’in Facha e GACEL – Grupo de Ação, Cultura e Estudos Limianos, que asseguraram, com os cerca de 80 atores e figurantes, as recriações históricas, culturais, usos e costumes, durante o dia de sábado e domingo.


As demonstrações por parte dos grupos de teatro procuraram ser fiéis ao que faziam os povos que viveram no Castro de Santo Estêvão no século VII a.C., tendo por base documentação do Arquivo de Ponte de Lima, e o resultado das intervenções arqueológicas realizadas no início dos anos 80 do século XX.

“O balanço é sempre positivo” pois “é um evento que mobiliza bastantes pessoas”, atesta o Presidente da Junta de Freguesia da Facha, Manuel Fernandes Laranjo, destacando a diferenciação cultural do evento em relação a outros que estamos acostumados a ver pelas aldeias.

pessoas num espaço amplo, vendo uma recriação cultural

homens vestidos de soldados romanos e uma mulher com vestes azuis e brancas

Júlia Carvalho, colaboradora do Art’in Facha, já participa no evento da Facha Romana desde a primeira edição. Coube-lhe o papel de artesã, demonstrando como se utilizava um tear para fabrico de tecidos. Considera que esta edição “está melhor que o ano passado e a nossa intenção é melhorar a cada ano.” “Aprendemos com os erros e todos os anos tentamos fazer coisas novas, para as pessoas chegarem aqui e não verem sempre a mesma coisa”, confidencia.

mulher sentada num fardo de palha, tecendo fios num tear de madeira dentro de um castro
Júlia Carvalho trabalhando no tear

Um trabalho voluntário que envolve toda a comunidade. Neste caso, participam aqui pai, filha e netos. “É uma envolvência de várias gerações; a maior parte das pessoas acabam por ser familiares e amigos, e trazem-se já os miúdos que eles também gostam e começam a conhecer as raízes ancestrais aqui da Facha, os castros e as atividades que faziam antigamente, e isto, para eles, é importante, porque traz-lhes uma parte cultural e uma divulgação do património que eles têm aqui na terra”, refere Júlia Carvalho.

meninas montando fios num tear

mãos trabalhando numa espécie de tear pequeno

No sábado, o ponto alto das festividades foi o Festim Romano, e houve também Festividades de Beltrane e Queimada Galaica, tendo juntado entre cem a duzentas pessoas no Castro.

pessoas num espaço amplo com mesas e cadeiras, comendo

mulher atrás de uma barraquinha de venda de comida e bebida

Por fim, no domingo, celebrou-se um casamento castrejo ou celta, a preceito, momento que reuniu muitos visitantes.

meninas atirando flores aos noivos que passam
Noivos dirigindo-se para a cerimónia do casamento

pessoas de pé, num monte vendo uma peça de teatro
Público a assistir à cerimónia do casamento castrejo

Domingos Morais, presidente do GACEL, desempenhou o papel de druida, cujo objetivo era “limpar o local - geralmente uma clareira-, de todos os espíritos, apelando aos espíritos bons dos nossos antepassados, da natureza e da floresta, consagrando o local para os noivos poderem dar o nó e para que os protejam ao longo da sua vida”, explica.

pessoas vestidas de roupas cerimoniais, dando nó numa corda
Noivos a "dar o nó"

Os noivos seguiram depois no cortejo em direção à clareira e, após lhes serem lavadas as mãos, procedeu-se ao ato de “dar o nó”, em que lhes foi enrolado um fio nas mãos, oficializando, assim, a união. Finalmente, noivos e convidados partilharam o pão e o vinho e prosseguiram com o arraial do casamento, acompanhados pelo grupo de música “Zukra”, que foi animando as festividades.

pessoas dançando numa clareira na floresta

três homens tocando instrumentos de música celtas
Grupo musical "Zukra" animou as festividades

Em jeito de balanço do evento Facha Romana, José Martins, diretor do Art’in Facha referiu ter notado "uma evolução desde a primeira edição", assim como , "mais adesão do público e tivemos mais rigor – embora não perfeito, porque nós somos amadores – das situações que recriámos aqui no Castro e com os Romanos, principalmente ontem no Festim." O diretor do Art’in Facha rematou, dizendo que pretendem “com estas recriações valorizar o Castro”, apelando à preservação daquele património.

dois homens lutando com espadas de estanho
José Martins (à direita da foto) "lutando" com o cutileiro


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