II Encontro Internacional da Rede Horrea decorreu em Arcos de Valdevez | Peneda Gerês TV
top of page

Peneda Gerês TV

Multimédia e Comunicação

  • Facebook Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • Instagram

Pub

II Encontro Internacional da Rede Horrea decorreu em Arcos de Valdevez

Arcos de Valdevez acolheu nos dias 19, 20 e 21 de Maio o II Encontro Internacional da Rede Horrea, constituída por Associações e Investigadores de Portugal e Espanha, que tem desenvolvido um trabalho de estudo e divulgação do património associado às construções de armazenagem de colheitas - celeiros elevados – em Portugal conhecidos como espigueiros ou canastros, e outras tipologias similares (caniços, canastros de varas, sequeiros, palheiros ou casas da eira).




grupo de espigueiros de pedra num alto

Cerca de 70 participantes debateram o património associado a estas construções e aos seus valores materiais e imateriais, bem como metodologias para o seu inventário, salvaguarda e valorização, tendo ainda neste II Encontro Internacional sido apresentadas propostas para a formalização da Rede Horrea como Associação Internacional que abarcará associados institucionais e individuais, e que terá como principal objetivo a elaboração do processo de candidatura dos celeiros elevados a uma declaração como Património Imaterial pela UNESCO.

grupo de pessoas junto a espigueiros de pedra no cimo de um monte

Do programa deste encontro científico, que contou com o apoio do Município de Arcos de Valdevez, constaram reuniões com representantes de diversos organismos (nomeadamente vários Municípios portugueses, Direção Regional da Cultura do Centro, e Ministério de Cultura de Espanha) e foram proferidas diversas palestras por especialistas de Portugal, Galiza, Astúrias, Cantabria e Leon que abordaram temas como a classificação tipológica dos espigueiros (/hórreos), os valores imateriais associados a estas estruturas, metodologias de inventário e restauro, e ainda possibilidades para a sua integração em programas de dinamização local e regional, nas vertentes turística e cultural.

pessoas sentadas a uma mesa com ecrã atrás delas

Durante as sessões foram ainda exibidos os documentários “Das Arquitecturas Tradicionais” (produzida pela AO Norte para a CIM Alto Minho, e realizada por Carlos Eduardo Viana) e “Maestros del Horreo Asturiano” (dedicada ao registo dos conhecimentos e atividades dos mestres carpinteiros e marceneiros que ainda se dedicam à construção e restauro de hórreos nas Astúrias). Foi também apresentada a coleção de cinco livros “Parque Nacional Peneda-Gerês, Ambiente e Tradição”, tendo o autor Ricardo Prata proferido uma palestra dedicada ao fascículo sobre o Soajo.


Neste II Encontro Internacional também foi possível assistir e registar a execução de canastros de varas - uma tipologia de celeiro muito comum em algumas aldeias do concelho arcuense, e concelhos vizinhos - a qual se integrou num workshop realizado no Campo do Trasladário e no Jardim dos Centenários, onde além de se ter executado pelos artesãos Armando Carriça e Manuel Freitas um caniço com recurso aos materiais e técnicas tradicionais (base em vigas de madeira, estrutura da câmara em técnica entrelaçada tipo cestaria de varas, e cobertura em colmo), foi ainda explorada por Rafael Freitas a possível construção de um modelo similar, mas com recurso a materiais reciclados.

homem construindo base de canastro em madeira

canastro construído em vime

pessoas construindo canastros em vime

O evento foi complementado com a realização de duas visitas aos relevantes conjuntos de espigueiros desta região transfronteiriça, nomeadamente à freguesia de Sistelo, classificada como Paisagem Cultural e Monumento Nacional, numa visita guiada por Fernando Cerqueira Barros onde se abordou a relação da paisagem agrária construída em socalcos que possibilitaram a cultura de regadio para o cultivo do milho maiz, trazido das américas no séc.XVI, e que sobretudo a partir do séc.XVII está intimamente relacionado com a proliferação de espigueiros nesta região; fatores que levaram vários investigadores, entre eles Orlando Ribeiro, a apelidar este processo de “Revolução do Milho”; e à área do vale do Lima, tendo sido visitadas as eiras, espigueiros e o relevante conjunto de bases de canastros de varas existente em Vilarinho do Souto (Ermelo). No Soajo, o grupo visitou o Centro Interpretativo e Etnográfico, analisando os diversos conteúdos sobre património material e imaterial existentes, tendo posteriormente percorrido os diversos conjuntos de espigueiros dispersos na vila, culminando na visita à Eira do Penedo, onde se localiza o relevante conjunto de 24 espigueiros construídos integralmente em granito, classificados desde 1983 como Imóvel de Interesse Público.

grupo de pessoas junto a um canastro de madeira em fase de construção

Decorreram ainda visitas e palestras na aldeia do Lindoso (Ponte da Barca) e na aldeia galega do Puxedo (Lobios).





0 comentário
bottom of page