Politécnico de Viana do Castelo impulsiona setor agroalimentar com novo centro tecnológico | Peneda Gerês TV
- Jorge da Costa
- 11 de jul.
- 3 min de leitura
11 de julho, 2025.
O Politécnico de Viana do Castelo IPVC acaba de dar um passo decisivo para a valorização do setor agroalimentar da região com a formalização do 3AR – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia do Agroalimentar. Este momento simbólico, que decorreu esta sexta-feira na Escola Superior Agrária do IPVC ESA-IPVC, em Ponte de Lima, marca o compromisso da instituição e de um vasto conjunto de parceiros com a inovação, a sustentabilidade e a valorização dos recursos endógenos do Alto Minho.

O novo centro nasce da articulação entre o Politécnico de Viana do Castelo, os municípios de Ponte de Lima e Melgaço, a CIM do Alto Minho, o INIAV Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e os seus polos regionais de Vairão e Braga, para além de um leque alargado de empresas, cooperativas, associações de produtores e entidades científicas. O objetivo principal é articular ciência, empresas e território, respondendo aos desafios do setor agroalimentar e promovendo o desenvolvimento coeso da região.
Do conhecimento à prática num centro focado na transferência de tecnologia
Carlos Rodrigues, presidente do Politécnico de Viana do Castelo, explica a necessidade do 3AR: "Existindo já no IPVC um Centro de Investigação e Desenvolvimento em Sistemas Agroalimentares e Sustentabilidade, o CISAS-IPVC, e um Núcleo Tecnológico para a Sustentabilidade Agroalimentar, o NUTRIR-IPVC, instalado em Melgaço, assim como Polos de Inovação Regionais do INIAV, sentia-se a necessidade de criação de uma estrutura mais vocacionada para a transferência de conhecimento, inovação e tecnologia para as empresas que produzem ou comercializam os produtos tradicionais da região."
A realidade e os desafios do setor exigem "ações que promovam sinergias capazes de aumentar a resiliência, a inteligência, a sustentabilidade e, em consequência, a competitividade e o valor do território", reforça o presidente.
Um 3AR em rede para uma referência internacional
Nuno Vieira e Brito, coordenador do 3AR, afirma que o Centro pretende "afirmar-se como uma referência internacional na valorização e na transferência de tecnologia no setor agroalimentar, com enfoque nos Sistemas Agroambientais e na Alimentação, em especial na produção e valorização de produtos endógenos e na sua relação com o desenvolvimento do território e a qualificação ambiental."
O 3AR atua como uma infraestrutura de ligação entre ciência, tecnologia e empresas, com os seguintes objetivos:
Dinamizar atividades de investigação, desenvolvimento e inovação I&D&I.
Integrar e aplicar conhecimento científico e tecnológico em projetos de empreendedorismo e crescimento económico.
Promover soluções tecnológicas inovadoras com impacto no mercado.
Qualificar recursos humanos, académica e profissionalmente.
Fornecer produtos e serviços especializados de elevado valor no setor agroambiental e alimentar.
A atividade do 3AR assenta em três domínios interligados:
Alimentação e Gastronomia: Focada na inovação da cadeia de valor agroalimentar através do GastroLAB.
Recursos Endógenos: Com especial atenção à valorização de raças e variedades autóctones, promovendo a conservação da agrobiodiversidade.
Território e Sustentabilidade: Dedicada à valorização do capital natural da região, incluindo o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Conexão com as empresas e formação de novos talentos
Para reforçar o compromisso com o desenvolvimento coeso do território, será criado o HUB do Centro de Experimentação e Transferência de Tecnologia do Alvarinho, em coordenação com a UTAD e a Câmara de Melgaço. Este HUB dará continuidade ao trabalho do NUTRIR-IPVC, focando na experimentação, transferência de conhecimento e apoio à sustentabilidade e competitividade das PME vitivinícolas da casta Alvarinho.

O 3AR será também um espaço de acolhimento e colaboração para estudantes, recém-formados e investigadores na área da inovação agroalimentar. O Politécnico de Viana do Castelo assume um papel de relevo neste processo, "liderando esse processo no seu território natural, preservando identidade, fixando população e fortalecendo o tecido socioeconómico regional", conclui o presidente do IPVC.
O 3AR conta com um vasto leque de parceiros, incluindo a Confagri, associações de criadores de raças autóctones, a Adega Cooperativa, a Caixa Agrícola do Noroeste, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes CVRVV, REN, Maribérica, Proenol, Quinta do Solheiro e RURIS, reforçando a sua dimensão regional e nacional.
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